quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

[554] A CARTA DAS 100 MULHERES: MANIFESTO FEMINISTA À FRANCESA 2018, com Catherine Deneuve liderando bandeira.

Fonte: internet

A Polêmica necessária nos dias de hoje: definição social, cultural e legal da fronteira imaginária entre simples galanteios e paqueras elegantes e agressivo assédio sexual, burro e estúpido, não raro criminoso.

MANIFESTO FEMINISTA À FRANCESA 2018


DEFENDEMOS A LIBERDADE DE IMPORTUNAR, INDISPENSÁVEL À LIBERDADE SEXUAL”

Carta aberta = Tribune das 100 mulheres francesas publicada no jornal Le Monde em 09jan2018.

Deneuve entre as 100 mulheres que defendem "liberdade dos homens para importunar" [09jan2018]

Ø  Uma centena de mulheres proeminentes assinou uma carta aberta intitulada Defendemos a liberdade de importunar, indispensável à liberdade sexual.

Fonte: Mundo; Portugal; 09.01.2018 19:37 por Cátia Andrea Costa1113
http://www.sabado.pt/mundo/detalhe/deneuve-entre-as-100-mulheres-que-defendem-liberdade-dos-homens-para-importunar



A actriz francesa Catherine Deneuve é uma das 100 mulheres que assinou a carta aberta DEFENDEMOS A LIBERDADE DE IMPORTUNAR, INDISPENSÁVEL À LIBERDADE SEXUAL, publicada no jornal francês Le Monde [em 09jan2018].

No documento, assinado por jornalistas, editoras, artistas, além de actrizes como Deneuve, as mulheres manifestam-se contra "a campanha internacional de denúncias contra 'porcos'", que entrou numa "onda de purificação sem limites". 

"A violação é um crime. Mas o flirt insistente ou inconveniente não é um delito, nem o galanteio é uma agressão machista", diz o manifesto na sua primeira frase. O documento, também assinado por Ingrid Caven e Catherine Millet, defende que as acusações contra Harvey Weinstein foram o início de um movimento que acabou por se adulterar. Mais tarde, surgiu o movimento #Metoo (eleito personalidade do ano pela revista Time), que ganhou contornos internacionais ao denunciar casos de abusos sexuais e violações. Em França, a frase escolhida foi #BalanceTonPorc (denúncia o teu porco).

[TRECHOS DA CARTA DAS 100 MULHERES]

"A violação é um crime. Mas o flirt insistente ou inconveniente não é um delito, nem o galanteio é uma agressão machista",

"ESTUPRO É CRIME, mas tentar seduzir alguém, mesmo de forma insistente ou desajeitada, não é - Tampouco o cavalheirismo é uma agressão machista."

"a campanha internacional de denúncias contra 'porcos'", que entrou numa "onda de purificação sem limites". 

"Os homens têm sido punidos sumariamente, forçados a sair de seus empregos, quando tudo o que eles fizeram foi tocar o joelho de alguém ou tentar roubar um beijo", ...

"O escândalo Weinstein permitiu que se tomasse consciência das violências sexuais exercidas sobre as mulheres, no âmbito profissional, onde certos homens abusam do seu poder. Era algo muito necessário", ...

"Teve início, através da imprensa e das redes sociais, uma campanha de denúncias e acusações públicas que não permite aos acusados defenderem-se e os coloca nos mesmo saco que agressores sexuais confessos."
"Esta febre para enviar os porcos para o matadouro não ajuda de maneira alguma as mulheres a defenderem a sua liberdade", ...

..."os inimigos da liberdade sexual, os extremistas religiosos e os reaccionários mais perigosos". ...

"Como mulheres, não nos revemos neste feminismo que, para além de denunciar o abuso de poder, transforma-se num ódio aos homens e à sexualidade", ...

... "sociedade totalitária" e que as mulheres que não apoiam estes movimentos são consideradas "cúmplices e traidoras".

"Acreditamos que a liberdade de dizer não a uma proposta sexual corre lado a lado com a liberdade de importunar, sem que se entre no papel de vítima", ....

"Defendemos a liberdade de importunar como inseparável da liberdade sexual. As mulheres estão suficientemente conscientes de que o desejo sexual é por natureza selvagem e agressivo. Mas não confundimos o flirt insistente ou inconveniente com a agressão sexual."

"Nem todos os incidentes afectam necessariamente a dignidade da mulher, nem devem convertê-la numa vítima eterna. Não somos apenas o nosso corpo, a nossa liberdade interior é inviolável. E essa liberdade acarreta riscos e responsabilidades".


 

A polêmica carta de Catherine Deneuve e outras 99 francesas pelo 'direito' dos homens de cantarem as mulheres [10jan2018]

 

Artigo, publicado no Le Monde, vai de encontro à campanha que estimula quebra do silêncio de mulheres que foram vítimas de abuso ou assédio sexual.


Fonte: Por BBC; 10/01/2018 09h19  Atualizado há 7 horas
g1.globo.com/pop-arte/noticia/a-polemica-carta-de-catherine-deneuve-e-outras-99-francesas-pelo-direito-dos-homens-de-cantarem-as-mulheres.ghtml
Acesso RAS em 2018-01-10

Cem francesas alertam para puritanismo após denúncias de assédio sexual

13/05: A atriz Catherine Deneuve divulga o filme 'La tete haute' no Festival de Cannes 2015 (Foto: Arthur Mola/Invision/AP)

A atriz francesa Catherine Deneuve, de 74 anos, veio a público para dizer que os homens deveriam ser "livres para flertar" com as mulheres.
Ela é uma das 100 mulheres francesas signatárias de uma carta aberta, publicada na terça-feira (09jan2018) pelo jornal Le Monde, alertando para o que chamam de novo "puritanismo", diante das recentes denúncias de assédio sexual na indústria do entretenimento.
O manifesto lamenta a onda de "repreensões públicas" que vieram à tona após o escândalo envolvendo o produtor americano Harvey Weinstein, acusado de assédio sexual, e até estupro, por dezenas de mulheres.
O empresário nega as denúncias de sexo sem consentimento, mas admite que seu comportamento "causou muita dor".

O QUE DIZ A CARTA?
A carta foi assinada por intelectuais, artistas e acadêmicas francesas, incluindo a escritora Catherine Millet e a cineasta Brigitte Sy.
"Os homens têm sido punidos sumariamente, forçados a sair de seus empregos, quando tudo o que eles fizeram foi tocar o joelho de alguém ou tentar roubar um beijo", diz o texto.
"Estupro é crime, mas tentar seduzir alguém, mesmo de forma insistente ou desajeitada, não é - Tampouco o cavalheirismo é uma agressão machista."
As autoras argumentam que há um novo "puritanismo" no mundo.
Elas afirmam que, embora fosse legítimo e necessário protestar contra o abuso de poder por parte de alguns homens, as constantes denúncias perderam o controle.
Segundo elas, a onda de acusações induz à percepção de que as mulheres são impotentes e eternas vítimas.
"Como mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo que, além de denunciar o abuso de poder, incentiva um ódio aos homens e à sexualidade."
Antes da carta, Catherine Deneuve já havia se posicionado publicamente contra as campanhas realizadas nas redes sociais para denunciar casos de assédio. Segundo ela, as iniciativas envergonham os homens acusados.
Milhares de mulheres ao redor do mundo, vítimas de assédio ou abuso sexual, têm usado a hashtag #MeToo ("Eu também", em tradução literal) para compartilhar suas histórias.
Na França, a versão #Balancetonporc ("Denuncie seu porco") as encoraja a revelar o nome e envergonhar seus agressores.



Cem artistas francesas contra o “puritanismo” sexual em Hollywood [09jan2018]

 

Manifesto assinado por atrizes como Catherine Deneuve defende que série de denúncias de assédio vai na contramão da liberação sexual



Catherine Deneuve 'Time’s Up'
Catherine Deneuve, no festival de Cannes de 2015 REGIS DUVIGNAU REUTERS

Fonte: jornal EL PAIS; ÁLEX VICENTE; Paris 9 JAN 2018 - 21:37 CET

Em Hollywood, o movimento Time’s Up, apoiado por mais de 300 atrizes, conseguiu tingir de preto a cerimônia do Globo de Ouro, em protesto contra as agressões sexuais. Na França, um grupo formado por uma centena de artistas e intelectuais tomou nesta terça-feira a direção contrária ao assinar um manifesto criticando o clima de “puritanismo” sexual que o caso Harvey Weinstein teria desencadeado.
O texto, publicado no jornal Le Monde, é assinado por conhecidas personalidades da cultura francesa, como a atriz Catherine Deneuve, a escritora Catherine Millet, a cantora Ingrid Caven, a editora Joëlle Losfeld, a cineasta Brigitte Sy, a artista Gloria Friedmann e a ilustradora Stéphanie Blake.
 “O estupro é um crime. Mas a sedução insistente ou desajeitada não é um crime nem o galanteio uma agressão machista”, afirmam as autoras deste manifesto.
Desde o caso Weinstein houve uma tomada de consciência sobre a violência sexual exercida contra as mulheres, especialmente no âmbito profissional, onde certos homens abusam de seu poder. Isso foi necessário. Mas esta liberação da palavra se transforma no contrário: nos intima a falar como se deve e nos calar no que incomode, e os que se recusam a cumprir tais ordens são vistos como traidores e cúmplices”, argumentam as signatárias, que lamentam que as mulheres tenham sido convertidas em “pobres indefesas sob o controle de demônios falocratas”.
Entre as promotoras do manifesto estão personalidades que já haviam expressado opinião oposta a esse movimento, quando não abertamente contrárias a certas lutas do feminismo. Por exemplo, a filósofa Peggy Sastre, autora de um ensaio intitulado A Dominação Masculina Não Existe, ou a escritora Abnousse Shalmani, que em setembro assinou um artigo onde descrevia o feminismo como um novo totalitarismo. “O feminismo se transformou em um stalinismo com todo seu arsenal: acusação, ostracismo, condenação”, disse na revista Marianne. Por sua vez, a jornalista Élisabeth Lévy qualificou como “abjeto” o movimento iniciado com rótulos como #MeTooou #balancetonporc (“denuncia teu porco”). Em um tom mais moderado, Deneuve também se opôs a este fenômeno no final de outubro. “Não acho que seja a forma mais adequada de mudar as coisas. O que virá depois? Denuncia tua puta? São termos muito exagerados. E, sobretudo, acho que não resolvem o problema”, declarou na época. Também Millet, crítica de arte e autora do relato autobiográfico A Vida Sexual de Catherine M., se opôs repetidamente a um feminismo “exacerbado e agressivo”.
As signatárias dizem que as denúncias registradas nas redes sociais se assemelham a “uma campanha de delações e acusações públicas contra indivíduos aos quais não se deixa a possibilidade de responder ou de se defender”. “Esta justiça expeditiva já tem suas vítimas: homens punidos no exercício de seu ofício, obrigados a se demitirem [,,,] por terem tocado um joelho, tentado dar um beijo, falado de coisas íntimas em um jantar profissional ou enviado mensagens com conotações sexuais a uma mulher que não sentia uma atração recíproca”, dizem no texto. Também alertam para o retorno de uma “moral vitoriana” oculta sob “esta febre por enviar os porcos ao matadouro”, que não beneficiaria a emancipação das mulheres, mas que estaria a serviço “dos interesses dos inimigos da liberdade sexual, como os extremistas religiosos”.

EFEITOS NA CULTURA
O manifesto alerta também para as repercussões que este novo clima poderia ter na produção cultural. “Alguns editores nos pediram [,,,] que façamos nossos personagens masculinos menos ‘sexistas’, que falemos de sexualidade e amor com mais comedimento ou que convertamos ‘os traumas sofridos pelas personagens femininas’ em mais explícitos”, denunciam as signatárias, opondo-se também à recente censura de um nu de Egon Schiele no metrô de Londres, ao pedido de retirada de um quadro de Balthus de uma mostra do Metropolitan de Nova York e às manifestações contra uma retrospectiva dedicada à obra de Roman Polanski em Paris.
“O filósofo Ruwen Ogien defendeu a liberdade de ofender como algo indispensável para a criação artística. Da mesma maneira, nós defendemos uma liberdade de importunar, indispensável para a liberdade sexual”, subscrevem as cem signatárias do manifesto.
“Como mulheres, não nos reconhecemos nesse feminismo que, para além da denúncia dos abusos de poder, assume o rosto do ódio aos homens e à sexualidade”, concluem.
O texto provocou nesta terça-feira mal-estar entre as associações feministas na França, que o atacaram nas redes sociais. “Ultrajante.
Na contracorrente da tomada de consciência atual, algumas mulheres defendem a impunidade dos agressores e atacam as feministas”, declarou a associação Osez le féminisme (Ouse o feminismo).

MAIS INFORMAÇÕES




100 Mulheres na França fazem manifesto em favor do 'direito' dos homens de flertar [10jan2018]

 

Ø  'Os homens deveriam ser livres para flertarem com as mulheres', diz a atriz francesa Catherine Deneuve


Fonte:  por Diário de Pernambuco 10/01/2018 14:13
https://www.uai.com.br/app/noticia/e-mais/2018/01/10/noticia-e-mais,219755/mulheres-fazem-manifesto-em-favor-do-direito-dos-homens-de-flertar.shtml

(foto: Valery Hache/AFP )

A atriz francesa Catherine Deneuve, dos filmes O reencontro e O diário perdido, é uma das cem mulheres que assinam uma carta aberta em oposição ao #MeToo, campanha para barrar os casos de assédio sexual na indústria cinematográfica. 

A manifestação, publicada nesta terça-feira (9/1/18) no jornal Le monde, argumenta que "os homens deveriam ser livres para flertar com as mulheres" e que a onda de revelações sobre abusos no ramo do entretenimento se trata de um novo "puritanismo".

O texto ainda lamenta a onda de "repressões públicas" contra o produtor norte-americano Harvey Weinstein, acusado por diversas mulheres de abuso sexual e estupro e ponto de partida da série de denúncias que ganhraram destaque contra outros importantes nomes de Hollywood. A publicação ocorreu dois dias depois do protesto no Globo de Ouro organizados por várias atrizes, que usaram pretos e destacaram, nos discursos de aceitação dos prêmios, a importância da união feminina no combate ao machismo

A carta aberta é assinada não só por artistas, mas também intelectuais e acadêmicas francesas, como a cineasta Brigitte Sy. "Os homens têm sido punidos sumariamente, forçados a sair de seus empregos, quando tudo o que eles fizeram foi tocar o joelho de alguém ou tentar roubar um beijo. 
Estupro é crime, mas tentar seduzir alguém, mesmo de forma insistente ou desajeitada, não é - tampouco o cavalheirismo é uma agressão machista", diz o texto. 
"Como mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo que, além de denunciar o abuso de poder, incentiva um ódio aos homens e à 



Catherine Deneuve and 99 Others Denounce the #MeToo Movement [NYT; 09jan2018]

By VALERIYA SAFRONOVAJAN. 9, 2018
https://www.nytimes.com/2018/01/09/movies/catherine-deneuve-and-others-denounce-the-metoo-movement.html#story-continues-2

The actress Catherine Deneuve, one of the authors of a letter in Le Monde that says the #MeToo movement has gone too far. CreditGregor Fischer/DPA, via Agence France-Presse — Getty Images

Just one day after Hollywood offered a show of support for the #MeToo movement on the Golden Globes red carpet and stage, a famous actress on the other side of the Atlantic lent her name to a public letter denouncing the movement, as well as its French counterpart, #Balancetonporc, or “Expose Your Pig.”

Catherine Deneuve joined more than 100 other Frenchwomen in entertainment, publishing and academic fields Tuesday in the pages of the newspaper Le Monde and on its website in arguing that the two movements, in which women and men have used social media as a forum to describe sexual misconduct, have gone too far by publicly prosecuting private experiences and have created a totalitarian climate.

“Rape is a crime. But insistent or clumsy flirting is not a crime, nor is gallantry a chauvinist aggression,” the letter, dated Monday, begins. “As a result of the Weinstein affair, there has been a legitimate realization of the sexual violence women experience, particularly in the workplace, where some men abuse their power. It was necessary. But now this liberation of speech has been turned on its head.”

They contend that the #MeToo movement has led to a campaign of public accusations that have placed undeserving people in the same category as sex offenders without giving them a chance to defend themselves. “This expedited justice already has its victims, men prevented from practicing their profession as punishment, forced to resign, etc., while the only thing they did wrong was touching a knee, trying to steal a kiss, or speaking about ‘intimate’ things at a work dinner, or sending messages with sexual connotations to a woman whose feelings were not mutual,” they write. 

The letter, written in French was translated here by The New York Times.

The passage appears to refer to the some of the names on a growing list of men who have been suspended, fired or forced to resign after having been accused of sexual misconduct in the last several months.

One of the arguments the writers make is that instead of empowering women, the #MeToo and #BalanceTonPorc movements instead serve the interests of “the enemies of sexual freedom, of religious extremists, of the worst reactionaries,” and of those who believe that women are “‘separate’ beings, children with the appearance of adults, demanding to be protected.” 

They write that “a woman can, in the same day, lead a professional team and enjoy being the sexual object of a man, without being a ‘promiscuous woman,’ nor a vile accomplice of patriarchy.”
They believe that the scope of the two movements represses sexual expression and freedom. After describing requests from publishers to make male characters “less sexist” and a Swedish bill that will require people to give explicit consent before engaging in sexual activity, the women write, “One more effort and two adults who will want to sleep together will first check, through an app on their phone, a document in which the practices they accept and those they refuse will be duly listed.”

They continue, “The philosopher Ruwen Ogien defended the freedom to offend as essential to artistic creation. In the same way, we defend a freedom to bother, indispensable to sexual freedom.” Though the writers do not draw clear lines between what constitutes sexual misconduct and what does not, they say that they are “sufficiently farseeing not to confuse a clumsy come-on and sexual assault.”

Translations of the letter were quickly picked up by Twitter on Tuesday, and responses ranged from supportive to hostile. Asia Argento, an actress who accused Harvey Weinstein of raping her, criticized the Frenchwomen’s letter on Twitter.




« Nous défendons une liberté d’importuner, indispensable à la liberté sexuelle »

Ø  Dans une tribune au « Monde », un collectif de 100 femmes, dont Catherine Millet, Ingrid Caven et Catherine Deneuve, affirme son rejet d’un certain féminisme qui exprime une « haine des hommes ».

LE MONDE | 09.01.2018 à 06h42 • Mis à jour le 10.01.2018 à 11h42 | Par Collectif


CCO CREATIVE COMMONS

Tribune. Le viol est un crime. Mais la drague insistante ou maladroite n’est pas un délit, ni la galanterie une agression machiste.

A la suite de l’affaire Weinstein a eu lieu une légitime prise de conscience des violences sexuelles exercées sur les femmes, notamment dans le cadre professionnel, où certains hommes abusent de leur pouvoir. Elle était nécessaire. Mais cette libération de la parole se retourne aujourd’hui en son contraire : on nous intime de parler comme il faut, de taire ce qui fâche, et celles qui refusent de se plier à de telles injonctions sont regardées comme des traîtresses, des complices !

Or c’est là le propre du puritanisme que d’emprunter, au nom d’un prétendu bien général, les arguments de la protection des femmes et de leur émancipation pour mieux les enchaîner à un statut d’éternelles victimes, de pauvres petites choses sous l’emprise de phallocrates démons, comme au bon vieux temps de la sorcellerie.

DÉLATIONS ET MISES EN ACCUSATION
De fait, #metoo a entraîné dans la presse et sur les réseaux sociaux une campagne de délations et de mises en accusation publiques d’individus qui, sans qu’on leur laisse la possibilité ni de répondre ni de se défendre, ont été mis exactement sur le même plan que des agresseurs sexuels. 

Cette justice expéditive a déjà ses victimes, des hommes sanctionnés dans l’exercice de leur métier, contraints à la démission, etc., alors qu’ils n’ont eu pour seul tort que d’avoir touché un genou, tenté de voler un baiser, parlé de choses « intimes » lors d’un dîner professionnel ou d’avoir envoyé des messages à connotation sexuelle à une femme chez qui l’attirance n’était pas réciproque.

Cette fièvre à envoyer les « porcs » à l’abattoir, loin d’aider les femmes à s’autonomiser, sert en réalité les intérêts des ennemis de la liberté sexuelle, des extrémistes religieux, des pires réactionnaires et de ceux qui estiment, au nom d’une conception substantielle du bien et de la morale...

En savoir plus sur http://www.lemonde.fr/idees/article/2018/01/09/nous-defendons-une-liberte-d-importuner-indispensable-a-la-liberte-sexuelle_5239134_3232.html#MpfzXFidCGDSj4FJ.99



Catherine Deneuve says men should be 'free to hit on' women [09jan2018]

Ø  French actor signs open letter that claims ‘witch-hunt’ in wake of Harvey Weinstein scandal poses threat to sexual freedom

Source: The Guardian; London; with Agence France-Presse in Paris
Tue 9 Jan ‘18 15.49 GMTLast modified on Tue 9 Jan ‘18 16.06 GMT
https://www.theguardian.com/film/2018/jan/09/catherine-deneuve-men-should-be-free-hit-on-women-harvey-weinstein-scandal

Catherine Deneuve: ‘I don’t think it is the right method to change things, it is excessive.’ Photograph: Pascal Le Segretain/Getty Images

The revered French actor Catherine Deneuve has hit out at a new “puritanism” sparked by sexual harassment scandals, declaring that men should be “free to hit on” women.

Deneuve was one of about 100 female French writers, performers and academics who wrote an open letter deploring the wave of “denunciations” that has followed claims that the Hollywood producer Harvey Weinstein raped and sexually assaulted women over decades.

They claimed the “witch-hunt” that followed threatens sexual freedom.

“Rape is a crime, but trying to seduce someone, even persistently or cack-handedly, is not – nor is men being gentlemanly a macho attack,” said the letter published in the newspaper Le Monde.
“Men have been punished summarily, forced out of their jobs when all they did was touch someone’s knee or try to steal a kiss,” said the letter, which was also signed by Catherine Millet, author of the explicit 2002 bestseller The Sexual Life of Catherine M.
Men had been dragged through the mud, they argued, for “talking about intimate subjects during professional dinners or for sending sexually charged messages to women who did not return their attentions”.

The letter attacked feminist social media campaigns like #MeToo and its French equivalent, #BalanceTonPorc (Call out your pig), for unleashing this “puritanical ... wave of purification”.
It claimed that “legitimate protest against the sexual violence that women are subject to, particularly in their professional lives,” had turned into a witch-hunt.

“What began as freeing women up to speak has today turned into the opposite – we intimidate people into speaking ‘correctly’, shout down those who don’t fall into line, and those women who refused to bend [to the new realities] are regarded as complicit and traitors.”

The signatories – who included a porn star-turned-agony aunt – claimed they were defending sexual freedom, for which “the liberty to seduce and importune was essential”.
The Oscar-nominated Deneuve, 74, is best known internationally for playing a bored housewife who spends her afternoons as a prostitute in Luis Buñuel’s classic 1967 film Belle de Jour.

Deneuve has made no secret of her annoyance at social media campaigns to shame men accused of
harassing women.

“I don’t think it is the right method to change things, it is excessive,” she said last year, referring to the #MeToo hashtag. “After ‘calling out your pig’ what are we going to have, ‘call our your whore’?”

“Instead of helping women this frenzy to send these (male chauvinist) ‘pigs’ to the abattoir actually helps the enemies of sexual liberty – religious extremists and the worst sort of reactionaries,” the collective of women who signed the letter said.
“As women we do not recognise ourselves in this feminism, which beyond denouncing the abuse of power takes on a hatred of men and of sexuality.”

They insisted that women were “sufficiently aware that the sexual urge is by its nature wild and aggressive. But we are also clear-eyed enough not to confuse an awkward attempt to pick someone up with a sexual attack.”

The allegations against Harvey Weinstein – a list
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Catherine Deneuve, let me explain why #metoo is nothing like a witch-hunt [10jan2018]

By Van Badham; @vanbadham
Source: The Guardian, London; Wed 10 Jan ‘18 09.53 GMT; First published on Wed 10 Jan ‘18 04.42 GMT
Access RAS 2018-01-10

Catherine Deneuve, most famous for her Belle de Jour role as a woman who cannot distinguish sexual fantasy from reality, has spoken out against the #metoo movement.
Photograph: Ronald Grant

This week has brought yet another reminder – O, America – that while film stars and pop icons have matchless gifts to bestow on our collective entertainment, responsible policymaking for our nation-states demands more specialised qualifications.

Catherine Deneuve is a legendary French actor, an enchanting performer, a great artist and a famous beauty. She’s also in the news on Wednesday deploring “the wave of denunciations that has followed claims that the Hollywood producer Harvey Weinstein raped and sexually assaulted women”.

Yes, in the context of #metoo, and its French equivalent #BalanceTonPorc (Call out your pig), the actor – most famous for her Belle de Jour role as a woman who cannot distinguish sexual fantasy from reality – has stated: “I don’t think it is the right method to change things, it is excessive.”

Catherine Deneuve says men should be 'free to hit on' women
These “things” reported by women and men across the world have included acts of sexual violence, abuse, assault, entrapment, harassment, coercion, blackmail, public sexual humiliation. The accusations include Louis CK masturbating in front of non-consenting women. Harvey Weinstein ejaculating on to a woman’s nightclothes after raping her. “Things” done by men who lied, insulted, threatened, cornered, touched up, fingered, groped, squeezed and penetrated those whose power and status were less than their own, as a reminder that it was. As a delectable indulgence not of sex, but of advantage.

Now Deneuve’s name is among 100 female signatories in a letter to Le Monde, protesting the campaigns with the spurious insistence that exposing abuse and naming abusers “helps the enemies of sexual liberty”. They claim men have been punished merely for “sending sexually charged messages to women who did not return their attentions”. “We are clear-eyed enough,” the group pronounces, “not to confuse an awkward attempt to pick someone up with a sexual attack.”

OMG, ladies: me, too! Me, and all the other women who have exposed the damaged tissues of the shame inflicted on us by our predators are quite “clear-eyed” on the distinction.
That’s why we are so angry – not because we are “puritanical”, as the letter claims, but because we are seeking joy from sexual contact on our own terms, not abuse or exploitation on someone else’s.

Even those of us who are not Oscar-nominated, who will never be among a clique of “writers, performers and academics” with the privilege to gab off in Le Monde can grasp this difference. Those of us who have been the waitresses, shop assistants, soldiers, scientists, students (and anyone else) who were “hit on”, said no, tried to leave, did not consent, clearly did not want to be there – and were ignored.

“Sexual liberty” is the right to determine your own sexual behaviour, without coercion. Dare I suggest that those of us who have lived without power and status perhaps understand this with a greater keenness of experience than those who have?
Imagine inhabiting such a world of privilege that the fantasy of superiority becomes real to you. Let’s hope no one ever gives a person like that a position of political leadership or control of a nuclear arsenal. That could get scary. And it’s already a very scary world. Just ask the Deneuve group, who have added their voices to the claim that there is a “witch-hunt” out to get the poor, marginalised and oppressed male sexual predators of the world.
If ever there was a claim that could add wilful insult to an enraging situation, it is this one. As an historical comparison to invoke, it’s like claiming the Spanish Inquisition as an oppressed class or Gilles De Rais was a victim of social prejudice.

Should it really have to be stated that – unlike the perpetrators exposed by #metoo – society’s “witches” are never the powerful men with the property, status and advantages of a social order that protects, hides and excuses their crimes? David M Perry emphasised the point in the Pacific Standard this week that “historically speaking ... witch hunts involved powerful state and religious agencies identifying then executing vulnerable people, mostly women and other outsiders.”

The ideological influence of religious institutions has been supplanted by modern media structures, and the era is one in which entertainment celebrity conflated with political authority has provoked dangerously unstable realities. Only within the structural narcissism encouraged in Hollywood’s predator-barons and those like them could being held to account for one’s own behaviour provoke complaints of victimisation. No less than accused child molester Woody Allen has claimed that the denunciation of Weinstein is fostering “a witch hunt atmosphere” in a film industry that, even yet, sustains him.

It’s the likes of Allen, and Weinstein, and the other men accused – again and again – of abuses with whom Deneuve and her friends are aligning themselves with their letter. Their actions are not those in defence of freedom, let alone sexual expression or female identity.

They’re standing with those making excuses to torch powerless women, not anyone defending their liberty.

Van Badham is a Guardian Australia columnist



Dans une tribune, 100 femmes, dont Catherine Deneuve, défendent la "liberté d'importuner" des dragueurs [09jan2018]

Ø  Dans un texte publié par "Le Monde", elles disent réagir à la libération de la parole née de l'affaire Weinstein, qui mélange selon elles des dénonciations légitimes et une dérive puritaine.
Ø  Le texte a été écrit par cinq auteures reconnues, parmi lesquelles Catherine Millet et Catherine Robbe-Grillet, et signé par des personnalités comme l'actrice Catherine Deneuve et la journaliste Elisabeth Lévy.

Source: franceinfoFrance Télévisions; Mis à jour le 09/01/2018 | 12:02; publié le 09/01/2018 | 11:38

Les messages #metoo et #balancetonporc sur la main d'une manifestante lors d'un rassemblement contre le harcèlement et les agressions sexuels, place de la République à Paris le 29 octobre 2017. (BERTRAND GUAY / AFP)

"Nous ne nous reconnaissons pas dans ce féminisme qui, au-delà de la dénonciation des abus de pouvoir, prend le visage d’une haine des hommes et de la sexualité" : dans une tribune publiée par Le Monde, mardi 9 janvier, cent femmes signataires prennent la défense de la "liberté d'importuner", après ce qu'elles qualifient de "campagne de délation" visant des hommes accusés de harcèlement sexuel dans la foulée de l'affaire Weinstein.

Le texte a été écrit par cinq auteures reconnues, parmi lesquelles Catherine Millet et Catherine Robbe-Grillet, et signé par des personnalités comme l'actrice Catherine Deneuve et la journaliste Elisabeth Lévy.

"Ils n’ont eu pour seul tort que d’avoir touché un genou"


"Cette libération de la parole se retourne aujourd’hui en son contraire", écrivent-elles, comparant au "puritanisme" et à une "campagne de délation" la dénonciation du comportement d'un certain nombre de personnalités accusées publiquement de harcèlement, notamment lors des campagnes #balancetonporc et #metoo sur les réseaux sociaux.

"Cette justice expéditive a déjà ses victimes"estiment les signataires : des hommes dénoncés et sanctionnés "lorsqu’ils n’ont eu pour seul tort que d’avoir touché un genou, tenté de voler un baiser, parlé de choses 'intimes' lors d’un dîner professionnel ou d’avoir envoyé des messages à connotation sexuelle à une femme chez qui l’attirance n’était pas réciproque". 

Elles déplorent également les conséquences de ce mouvement sur la culture, comme l'annulation d'une rétrospective Roman Polanski à la Cinémathèque française.

"La drague insistante n'est pas un délit"


Le texte dénonce enfin ce qu'il considère comme un enfermement des femmes dans un statut de victimes : une femme "peut veiller à ce que son salaire soit égal à celui d’un homme", mais "ne pas se sentir traumatisée à jamais par un frotteur dans le métro" voire l'envisage comme "l’expression d’une grande misère sexuelle" ou "un non-événement".

"Nous pensons que la liberté de dire non à une proposition sexuelle ne va pas sans la liberté d’importuner", concluent ces femmes, qui débutent leur texte en estimant que "la drague insistante ou maladroite n’est pas un délit, ni la galanterie une agression machiste".




« Mépris », « vieux monde »,… des féministes réagissent à une tribune publiée dans « Le Monde » [Le Monde; 10jan2018]

Ø  Une trentaine de militantes féministes ont signé un texte où elles écrivent que les femmes qui défendent la « liberté d’importuner » contribuent à « banaliser la violence sexuelle ».

Source: LE MONDE | 10.01.2018 à 10h13 • Mis à jour le 10.01.2018 à 13h52
http://www.lemonde.fr/societe/article/2018/01/10/mepris-reminiscences-poussiereuses-des-feministes-reagissent-a-une-tribune-publiee-dans-le-monde_5239680_3224.html

C’est un plaidoyer pour la « liberté d’importuner » qui ne passe pas. Des militantes féministes répondent, mercredi 10 janvier, à une tribune parue la veille dans Le Monde dans laquelle une centaine de femmes, dont Catherine Deneuve, défendaient la « liberté » des hommes «d’importuner» les femmes.

 Pour les militantes féministes, les signataires de cette tribune veulent « refermer la chape de plomb » soulevée par le scandale Weinstein et « méprisent » les victimes de violences sexuelles.
« A chaque fois que les droits des femmes progressent, que les consciences s’éveillent, les résistances apparaissent », pose d’emblée le texte, publié sur le site de francetvinfo.

« Dès que l’égalité avance, même d’un demi-millimètre, de bonnes âmes nous alertent immédiatement sur le fait qu’on risquerait de tomber dans l’excès. L’excès, nous sommes en plein dedans […]. En France, chaque jour, des centaines de milliers de femmes sont victimes de harcèlement. Des dizaines de milliers d’agressions sexuelles. Et des centaines de viols. Chaque jour. »

« Leur vieux monde est en train de disparaître »

Le collectif de femmes signataires de la tribune parue dans Le Monde soulignait le risque « d’aller trop loin », de ne « plus pouvoir rien dire » ou de ne « plus pouvoir draguer », s’inquiétant d’un retour du « puritanisme ».

En réponse, la trentaine de féministes signataires de la tribune publiée sur francetvinfo — parmi lesquelles la militante Caroline De Haas, les journalistes Lauren Bastide et Giulia Foïs, la présidente des Chiennes de garde, Marie-Noëlle Bas, la psychiatre Muriel Salmona et de nombreuses militantes associatives — estime que « les signataires [de la tribune publiée dans Le Monde] mélangent délibérément un rapport de séduction, basé sur le respect et le plaisir, avec une violence ».

Pour elles, « accepter des insultes envers les femmes, c’est de fait autoriser les violences ». Elles arguent également que la différence entre la drague et le harcèlement « n’est pas une différence de degré […] mais une différence de nature ».
Elles soulignent également, en miroir à la tribune, qui soutenait l’importance d’éduquer les petites filles à se défendre, la responsabilité des hommes dans le fait de violer ou d’agresser.
«Cette tribune, c’est un peu le collègue gênant ou l’oncle fatigant qui ne comprend pas ce qui est en train de se passer », poursuivent-elles.

Affirmant que la plupart des personnalités citées dans le quotidien sont « récidivistes en matière de défense de pédocriminels ou d’apologie du viol », elles regrettent qu’elles « utilisent une nouvelle fois leur visibilité médiatique pour banaliser les violences sexuelles » et « méprisent de fait les millions de femmes qui subissent ou ont subi ces violences ».

« Avec ce texte, elles essayent de refermer la chape de plomb que nous avons commencé à soulever. Elles n’y arriveront pas », poursuivent les signataires, concluant que « les porcs et leurs allié·e·s ont raison de s’inquiéter. Leur vieux monde est en train de disparaître ».

« Une gifle »
Les militantes féministes ne sont pas les seules à avoir été choquées par cette tribune. La secrétaire d’Etat chargée de l’égalité entre les hommes et les femmes, Marlène Schiappa, a déclaré sur France Culture :

« Dans cette tribune il y a des choses profondément choquantes. Nous avons déjà énormément de mal à faire comprendre aux jeunes filles que frotter un sexe d’homme dans le métro contre elles, c’est une agression. Je pense que c’est dangereux de tenir ce discours. »

Tout aussi critique, l’ancienne ministre du droit des femmes et sénatrice de l’Oise, Laurence Rossignol, a jugé sur France inter que défendre un « droit d’importuner » était une « gifle contre les femmes qui dénoncent la prédation sexuelle » et ne « rend [ait] service qu’aux prédateurs ». Sur Twitter, elle avait également estimé que « l’angoisse de ne plus exister sans le regard et le désir des hommes » conduisait « des femmes intelligentes à écrire des énormes âneries ».

SÉGOLÈNE ROYALE a aussi réagi sur RTL mardi, regrettant que Catherine Deneuve ait cosigné cette tribune « parce que les victimes des violences sexuelles sont déjà écrasées par la peur de parler, par la loi du silence ». « On n’a pas le droit de faire des choses comme cela », a-t-elle ajouté, affirmant que la signature d’une actrice reconnue comme Catherine Deneuve permettrait aux agresseurs de justifier leurs actes.


En savoir plus sur http://www.lemonde.fr/societe/article/2018/01/10/mepris-reminiscences-poussiereuses-des-feministes-reagissent-a-une-tribune-publiee-dans-le-monde_5239680_3224.html#SWlfvgTakjTgGSDy.99



TRIBUNE. "Les porcs et leurs allié.e.s ont raison de s’inquiéter" [10jan2018]

Ø  Caroline De Haas et des militantes féministes répondent à la tribune publiée dans "Le Monde"
Ø  Une trentaine de personnalités et membres d'associations réagissent, mercredi 10 janvier, sur franceinfo, aux arguments du texte de 100 femmes défendant la "liberté d'importuner" des hommes après les mouvements "#balancetonporc" et "#Metoo".

La militante féministe Caroline De Haas (centre) lors d'une action contre les violences faites aux femmes, le 24 novembre 2017, à Paris. (ALAIN JOCARD / AFP)

Source: franceinfoFrance Télévisions; Mis à jour le 10/01/2018 | 15:59; publié le 10/01/2018 | 07:02
https://www.francetvinfo.fr/societe/droits-des-femmes/tribune-les-porcs-et-leurs-allie-e-s-ont-raison-de-sinquieter-caroline-de-haas-et-des-militantes-feministes-repondent-a-la-tribune-publiee-dans-le-monde_2553497.html

Un texte qui ne passe pas. Mardi 9 janvier [2018], 100 femmes ont signé une tribune publiée dans Le Monde où elles prennent la défense de la "liberté d'importuner", après ce qu'elles qualifient de "campagne de délation" visant des hommes accusés de harcèlement sexuel dans la foulée de l'affaire Weinstein.

Un texte écrit par plusieurs auteures reconnues, parmi lesquelles Catherine Millet et Catherine Robbe-Grillet, et signé par des personnalités comme l'actrice Catherine Deneuve et la journaliste Elisabeth Lévy, qui défend, entre autres, la "liberté d'importuner" des dragueurs face "aux délations et mises en accusation publiques d'individus (...) mis exactement sur le même plan que des agresseurs sexuels".
Cette tribune a fait réagir la militante féministe Caroline De Haas qui en a écrit une à son tour, cosignée par une trentaine de militantes et militant féministes, pour dénoncer ce qu’elle considère comme un "#Metoo, c’était bien, mais…".

A chaque fois que les droits des femmes progressent, que les consciences s'éveillent, les résistances apparaissent. En général, elles prennent la forme d’un "c’est vrai, certes, mais…".

Ce 9 janvier, nous avons eu droit à un "#Metoo, c’était bien, mais…". Pas vraiment de nouveauté dans les arguments employés. On retrouve ces derniers dans le texte publié dans Le Monde comme au boulot autour de la machine à café ou dans les repas de famille. Cette tribune, c’est un peu le collègue gênant ou l’oncle fatigant qui ne comprend pas ce qui est en train de se passer. 

"On risquerait d’aller trop loin." Dès que l’égalité avance, même d’un demi-millimètre, de bonnes âmes nous alertent immédiatement sur le fait qu’on risquerait de tomber dans l’excès. L’excès, nous sommes en plein dedans. C’est celui du monde dans lequel nous vivons. En France, chaque jour, des centaines de milliers de femmes sont victimes de harcèlement. Des dizaines de milliers d’agressions sexuelles. Et des centaines de viols. Chaque jour. La caricature, elle est là.

"On ne peut plus rien dire." Comme si le fait que notre société tolère – un peu – moins qu’avant les propos sexistes, comme les propos racistes ou homophobes, était un problème. "Mince, c’était franchement mieux quand on pouvait traiter les femmes de salopes tranquilles, hein ?" Non. C’était moins bien. Le langage a une influence sur les comportements humains : accepter des insultes envers les femmes, c’est de fait autoriser les violences. La maîtrise de notre langage est le signe que notre société progresse.

"C’est du puritanisme." Faire passer les féministes pour des coincées, voire des mal-baisées : l’originalité des signataires de la tribune est... déconcertante. Les violences pèsent sur les femmes. Toutes. Elles pèsent sur nos esprits, nos corps, nos plaisirs et nos sexualités. Comment imaginer un seul instant une société libérée, dans laquelle les femmes disposent librement et pleinement de leur corps et de leur sexualité lorsque plus d’une sur deux déclare avoir déjà subi des violences sexuelles ? 

"On ne peut plus draguer." Les signataires de la tribune mélangent délibérément un rapport de séduction, basé sur le respect et le plaisir, avec une violence. Tout mélanger, c’est bien pratique. Cela permet de tout mettre dans le même sac. Au fond, si le harcèlement ou l’agression sont de "la drague lourde", c’est que ce n’est pas si grave. Les signataires se trompent. Ce n’est pas une différence de degré entre la drague et le harcèlement mais une différence de nature. Les violences ne sont pas de la "séduction augmentée". D’un côté, on considère l’autre comme son égal.e, en respectant ses désirs, quels qu’ils soient. De l’autre, comme un objet à disposition, sans faire aucun cas de ses propres désirs ou de son consentement. 

"C’est de la responsabilité des femmes." Les signataires de la tribune parlent de l’éducation à donner aux petites filles pour qu’elles ne se laissent pas intimider. Les femmes sont donc désignées comme responsables de ne pas être agressées. Quand est-ce qu’on posera la question de la responsabilité des hommes de ne pas violer ou agresser ? Quid de l’éducation des garçons ?
Les femmes sont des êtres humains. Comme les autres. Nous avons droit au respect. Nous avons le droit fondamental de ne pas être insultées, sifflées, agressées, violées. Nous avons le droit fondamental de vivre nos vies en sécurité. En France, aux Etats-Unis, au Sénégal, en Thaïlande ou au Brésil : ce n’est aujourd’hui pas le cas. Nulle part.

Les signataires de la tribune du Monde sont pour la plupart des récidivistes en matière de défense de pédocriminels ou d’apologie du viol. Elles utilisent une nouvelle fois leur visibilité médiatique pour banaliser les violences sexuelles. Elles méprisent de fait les millions de femmes qui subissent ou ont subi ces violences.
Caroline De Haas à franceinfo

Beaucoup d’entre elles sont souvent promptes à dénoncer le sexisme quand il émane des hommes des quartiers populaires. Mais la main au cul, quand elle est exercée par des hommes de leur milieu, relève selon elles du "droit d’importuner". Cette drôle d’ambivalence permettra d’apprécier leur attachement au féminisme dont elles se réclament.

Avec ce texte, elles essayent de refermer la chape de plomb que nous avons commencé à soulever. Elles n’y arriveront pas. Nous sommes des victimes de violences. Nous n’avons pas honte. Nous sommes debout. Fortes. Enthousiastes. Déterminées. Nous allons en finir avec les violences sexistes et sexuelles. 
Les porcs et leurs allié.e.s s’inquiètent ? C’est normal. Leur vieux monde est en train de disparaître. Très lentement – trop lentement – mais inexorablement. Quelques réminiscences poussiéreuses n’y changeront rien, même publiées dans Le Monde.

ONT SIGNÉ CETTE TRIBUNE:
Adama Bah, militante afroféministe et antiraciste, Marie-Noëlle Bas, présidente des Chiennes de garde, Lauren Bastide, journaliste, Fatima Benomar, co-porte-parole des Effronté.es, Anaïs Bourdet, fondatrice de Paye ta Shnek, militante féministe, Sophie Busson, militante féministe, Marie Cervetti, directrice du FIT et militante féministe, Pauline Chabbert, militante féministe, Madeline Da Silva, militante féministe, Caroline De Haas, militante féministe, Basma Fadhloun, militante féministe, Giulia Foïs, journaliste, Clara Gonzales, militante féministe, Leila H., de Check tes privilèges, Clémence Helfter, militante féministe et syndicale, Carole Henrion, militante féministe, Anne-Charlotte Jelty, militante féministe, Andréa Lecat, militante féministe, Claire Ludwig, chargée de communication et militante féministe, Maeril, illustratrice et militante féministe Chloé Marty, assistante sociale et féministe, Angela Muller, militante féministe, Selma Muzet Herrström, militante féministe, Michel Paques, militant féministe, Ndella Paye, militante afroféministe et antiraciste, Chloé Ponce-Voiron, militante féministe, metteuse en scène, réalisatrice et et comédienne, Claire Poursin, coprésidente des Effronté.es, Sophie Rambert, militante féministe, Noémie Renard, animatrice du site Antisexisme.net et militante féministe, Rose de Saint-Jean, militante féministe, Laure Salmona, cofondatrice du collectif Féministes contre le cyberharcèlement et militante féministe, Muriel Salmona, psychiatre, présidente de l’association Mémoire traumatique et victimologie et militante féministe, Nicole Stefan, militante féministe, Mélanie Suhas, militante féministe, Monique Taureau, militante féministe, Clémentine Vagne, militante féministe, l’association En Avant Toute(s), l’association Stop harcèlement de rue.



Rita Ferro Rodrigues diz que carta de Deneuve "normaliza a violência contra as mulheres" [10jan2018]

Ø  Carta de francesas, assinada por Catherine Deneuve, contra os movimentos onde se denunciam crimes sexuais gera contestação. Tão “grave como o machismo dos homens é o machismo das mulheres”, diz a apresentadora da SIC.
Ø  E a deputada Isabel Moreira diz que é uma carta de quem "aceita o sistema tal como ele é”

Fonte: ARDINA; visao.sapo.pt; 10 jan 16:49 [Portugal]

Francois G. Durand / GettyImages

“O sistema que ainda temos é patriarcal, continua a existir uma sobreposição de um género em relação ao outro”. Isabel Moreira, deputada do PS, é taxativa em relação à carta aberta publicada na terça-feira, [09jan2018] no jornal francês Le Monde, e assinada pela atriz Catherine Deneuve e mais outras 100 personalidade da vida académica e cultural francesa.

Nessa carta, intitulada “DEFENDEMOS A LIBERDADE DE IMPORTUNAR, INDISPENSÁVEL À LIBERDADE SEXUAL”, as signatárias defendem que “A violação é um crime. Mas o flirt insistente ou inconveniente não é um delito, nem o galanteio é uma agressão machista.”

A deputada do PS, deixando claro que não leu a carta na íntegra, mas que viu as transcrições na comunicação social, diz que o que falha é que “estas pessoas aceitam o sistema tal como ele é”.
Com o movimento #MeToo, que em França tem uma versão chamada #Balancetonporc (denuincie o seu porco), milhares de mulheres e homens denunciaram publicamente casos de assédio sexual, comportamentos abusivos e violações.

No texto da carta pode ler-se que esta “campanha de denúncias públicas e delação de indivíduos que, sem terem a oportunidade de responder ou se defenderem, foram colocados exatamente ao mesmo nível que os infratores sexuais.”

Isabel Moreira concorda que “pode haver alguns excessos neste tipo de movimentos”, mas também lhe é evidente que estes servem exatamente “para discutir” o que está mal. “Há que saber quais são as fronteiras entre sedução e crime”, até, porque, acrescenta, há vários crimes abaixo da violação, “como assédio sexual ou importunação sexual”.

O texto assinado por Deneuve já foi alvo de uma outra carta aberta, publicada no site Franceinfotv, em que cerca de 30 feministas francesas o criticam duramente. As ativistas dizem que “é normal” que os abusadores estejam preocupados, “por o seu velho mundo está a desaparecer. Devagar - muito devagar - mas inexoravelmente. Algumas reminiscências empoeiradas não mudarão nada, mesmo que publicadas no Le Monde.”

A apresentadora Rita Ferro Rodrigues, do coletivo Capazes, ficou “profundamente triste” com as palavras do documento das 100 personalidades, e constatou “que ainda há muito por fazer”. Tão “grave como o machismo dos homens é o machismo das mulheres”, diz. “Estas pessoas afirmarem que importunar as mulheres é um direito dos homens é de uma gravidade enorme”.

As Capazes estão a preparar um comunicado para ser divulgado ainda esta quarta-feira, porque, refere Rita Ferro Rodrigues, não é aceitável que pessoas tão reconhecidas no seu país e internacionalmente escrevem um texto “que normaliza a violência contra as mulheres".





http://www.osul.com.br/polemica-carta-de-catherine-deneuve-e-outras-99-francesas-pelo-direito-dos-homens-de-cantarem-as-mulheres-530306.html

Atriz publicou artigo no Le Monde. (Foto: Reprodução)

A atriz francesa Catherine Deneuve, de 74 anos, veio a público para dizer que os homens deveriam ser “livres para flertar” com as mulheres.

Ela é uma das 100 mulheres francesas signatárias de uma carta aberta, publicada na terça-feira (09jan2018) pelo jornal Le Monde, alertando para o que chamam de novo “puritanismo”, diante das recentes denúncias de assédio sexual na indústria do entretenimento.

O manifesto lamenta a onda de “repreensões públicas” que vieram à tona após o escândalo envolvendo o produtor americano Harvey Weinstein, acusado de assédio sexual, e até estupro, por dezenas de mulheres. O empresário nega as denúncias de sexo sem consentimento, mas admite que seu comportamento “causou muita dor”.

A publicação do artigo ocorre dois dias após a cerimônia do Globo de Ouro, em Los Angeles, em que diversas atrizes usaram vestidos pretos em protesto aos casos de assédio sexual. Na ocasião, a apresentadora Oprah Winfrey, uma das homenageadas da noite, fez um discurso contra o machismo e foi aplaudida de pé.

Em sua fala, Oprah citou que é a primeira mulher negra a ganhar esse prêmio na cerimônia promovida pela Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood (HFPA, na sigla original). A atriz e apresentadora citou como influência o ator Sidney Poitier, primeiro negro a ganhar o Oscar de melhor ator, pelo filme “Uma voz nas sombras” (1963).

“Eu entrevistei e interpretei pessoas que passaram por algumas das coisas mais feias que a vida pode jogar em você, mas a qualidade única que todas elas parecem compartilhar é a habilidade de manter a esperança por uma manhã mais brilhante, mesmo durante nossas noites mais escuras” disse Oprah.
O que diz a carta polêmica?

A carta foi assinada por intelectuais, artistas e acadêmicas francesas, incluindo a escritora Catherine Millet e a cineasta Brigitte Sy.

“Os homens têm sido punidos sumariamente, forçados a sair de seus empregos, quando tudo o que eles fizeram foi tocar o joelho de alguém ou tentar roubar um beijo”, diz o texto.

“Estupro é crime, mas tentar seduzir alguém, mesmo de forma insistente ou desajeitada, não é – Tampouco o cavalheirismo é uma agressão machista.”

As autoras argumentam que há um novo “puritanismo” no mundo.
Elas afirmam que, embora fosse legítimo e necessário protestar contra o abuso de poder por parte de alguns homens, as constantes denúncias perderam o controle.

Segundo elas, a onda de acusações induz à percepção de que as mulheres são impotentes e eternas vítimas.

“Como mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo que, além de denunciar o abuso de poder, incentiva um ódio aos homens e à sexualidade.”
Antes da carta, Catherine Deneuve já havia se posicionado publicamente contra as campanhas realizadas nas redes sociais para denunciar casos de assédio. Segundo ela, as iniciativas envergonham os homens acusados.

Milhares de mulheres ao redor do mundo, vítimas de assédio ou abuso sexual, têm usado a hashtag #MeToo (“Eu também”, em tradução literal) para compartilhar suas histórias. Na França, a versão #Balancetonporc (“Denuncie seu porco”) as encoraja a revelar o nome e envergonhar seus agressores.


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NOTA DO EDITOR do Blog Ronald.Arquiteto e do Facebook Ronald Almeida Silva:
As palavras e números entre [colchetes]; os destaques sublinhados, em negrito e amarelo bem como nomes próprios em CAIXA ALTA e a numeração de parágrafos que foram introduzidas na presente versão NÃO constam da edição original deste artigo / pesquisa / reportagem.
Esses adendos ortográficos foram acrescidos meramente com intuito pedagógico de facilitar a leitura, a compreensão e a captação mnemônica dos fatos mais relevantes do artigo por um espectro mais amplo de leitores de diferentes formações, sem prejuízo do conteúdo cujo texto está transcrito na íntegra e na forma da versão original.
O Blog Ronald Arquiteto e o Face RAS são mídias independentes e 100% sem fins lucrativos pecuniários. Não tem anunciantes ou apoiadores e nem patrocinadores. Todas as publicações de texto e imagem são feitas de boa-fé, respeitando-se as respectivas autorias e direitos autorais, sempre com base no espírito e nexo inerentes à LEI-LAI – Lei de Acesso à Informação nº 12.257, de 18nov2011.

Ronald de Almeida Silva
Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972
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Blog Ronald.Arquiteto (ronalddealmeidasilva.blogspot.com)
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